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A EVOLUÇÃO DA ENTREVISTA INVESTIGATIVA NO CONTEXTO POLICIAL

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AUTORE(A)S

Leonardo Augusto Silva Coser (Formações acadêmicas/áreas des atuação: Investigação Criminal)

RESUMO


A entrevista no contexto policial-investigativo pode ser descrita como uma interação que objetiva a busca de conhecimento de forma mais acurada e credível possível (YUILLE et. al., 1993). STEIN & ÁVILA (2018) observaram que 90,3% dos profissionais de segurança pública participantes do estudo disseram que as entrevistas e depoimentos são vistos como “muito importantes” para o desfecho dos casos.

Ao longo dos últimos anos, a entrevista investigativa (EI) em contextos policiais, tem buscado minimizar o confronto entre as partes, sendo que a confissão deixou de ser o objetivo crucial durante o processo. Assim, a técnica de interrogatório descrita por REID, já descrita entre as décadas de 40 e 50, mas ainda amplamente nos EUA e em outros países, passou a ser questionada pelos seus métodos coercitivos e resultados questionáveis (REID et al., 2011).

É nesse contexto que surge a Entrevista Cognitiva (EC), desenvolvida por GEISELMAN et. al (1984), a qual preza pela recordação livre da memória sobre um evento ocorrido. O aprimoramento da EC ocorreu a partir das pesquisas de FISHER & GEISELMAN (1992), quando desenvolveram a Entrevista Cognitiva Melhorada (ECM), a qual busca uma cooperação mútua do entrevistador frente ao entrevistado, no sentido de melhorar o rapport, que é o estabelecimento de uma relação harmoniosa, empática e de conexão entre as partes (BALLARDIN, 2010).

A técnica PEACE, desenvolvida no início dos anos 90 e lastreada na ECN, passou a ser utilizada em contextos policiais em países da Europa e Oceania e permite uma abordagem mais empática, sem intervenções prejudiciais (BULL, 2014).

Em 2009, GABBERT e colaboradores introduziram a Self-Adminstered Interview©, cujos resultados mostraram que quanto mais próximo dos eventos a entrevista for realizada, menores são os riscos da ocorrência maléfica de falsas memórias (GABBERT et al., 2009; PINTO & STEIN, 2017).

Estudos mais recentes utilizam-se de conceitos da EC para uso com suspeitos de crimes, como é o caso da Entrevista Investigativa com Suspeitos GEILSEMAN, 2012), inclusive com a formulação constante de perguntas abertas associadas à observação de comportamentos não verbais em pontos críticos do relato.
Assim, as técnicas de EI no ambiente policial-forense vêm se modificando ao longo dos últimos anos. O conhecimento de tais ferramentas se tornam fundamentais para a obtenção de informações mais ricas em detalhes, com maior credibilidade e, principalmente, com a minimização de falsas acusações.

REFERÊNCIAS


BALLARDIN, M. G. (2010). A entrevista investigativa e o policial entrevistador. Dissertação de Mestrado (Cognição Humana). Faculdade de Psicologia. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
BULL, R (2014). Investigative Interview. EUA: Springer.
FISHER, R. P., GEISELMAN, R.E (1992). Memory-Enhancing Techniques for Investigative Interviewing: The Cognitive Interview. USA: Charles C Thomas Pub Ltd.
GEILSEMAN, R. E., FISHER, R. P., FIRSTEMBERG, I., Hutton, L. A., SULLIVAN, S. J., AVETISSIAN, I. V., & PROSK, A. L. (1984). Enhancement of eyewitness memory: An empirical evaluation of the cognitive interview. Journal of Police Science & Administration, 12, 74–80.
GEISELMAN, R. E. (2012). The Cognitive Interview for Suspects (CIS). American Journal of Forensic Psychology, Volume 30, Issue 3.
PINTO, L. H, STEIN, L. M. (2017). Nova ferramenta de entrevista investigativa na coleta de testemunhos: a versão brasileira da Self-Administered Interview©. São Paulo: Revista Brasileira de Segurança Pública, v. 11, n 1, 110-128.
REID, J.E., INBAU, F.E., BUCKLEY, J.P., JAYNE, B.C. (2011). Criminal Interrogations and Confessions. EUA: Jones and Bartlett Publishers, Inc. 5th ed. Revised Edition.
STEIN, L.M., ÁVILA, G.N. (2018). Entrevistas Forenses e Reconhecimento Pessoal nos Processos de Criminalização: Um Diagnóstico Brasileiro. Brasil: Boletim de Análise Político Institucional, n° 17. IPEA.
YUILLE

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